domingo, 22 de novembro de 2009

Sobre o tal negócio de namorar...




O que é mesmo namorar? Eu acho que me esqueci como é... Alguém aí sabe?
Faz tempo que eu não namoro, então eu não me lembro mais nem se é bom ou se é ruim.
Se bem que de uns tempos pra cá eu andava meio que namorando sem estar namorando.

Ok, deixa eu explicar melhor: Tudo começou quando de repente eu vi todos os meus amigos se casando ou ficando noivos, e aí eu entrei em pânico. Eu não tinha um namorado e já não havia dedos em minhas mãos nem em meus pés pra eu contar a minha idade! (E sim, eu sou normal: 20 dedinhos ao todo.)
Então um belo dia – aliás, foi à noite, eu me lembro muito bem – estávamos um amigo e eu conversando sobre esse medo de nos tornar velhos e sermos incluídos nas estatísticas dos velhos que são jogados em asilos, onde morrem sós (Nem sabíamos se havia uma tabela com tais números, mas o clima estava tão propício para o drama, que a gente nem se preocupou.).

Daí surgiu uma ideia que só poderia ter partido da minha cabeça, é claro, sobre caso chegássemos aos 30 anos solteiros e ainda sozinhos, nos casaríamos um com o outro.

Mas como fazer valer tal acordo? – Pensei um pouco mais e sugeri que assinássemos um contrato!

“Eu, fulaninha de tal, declaro que aceito me casar com fulaninho de tal quando completarmos 30 anos, tentando ama-lo e respeitando-o para sempre ou até o meu último dia de vida, ou último da vida dele, para que ele não sofra ao ser jogado velho, num asilo, condenado pelo resto da vida à solidão.

Assinatura.”


Nada com validade jurídica ou todo aquele blábláblá formal. Seria um contrato para guardar e rir um pouco quando ficássemos mais velhos ao relembrar do passado.

Ele aceitou, mas a ideia do contrato não saiu das nossas cabeças. Fomos adiando e adiando, enquanto o nosso relacionamento passava de amigos para amantes. De repente, havia passado um ano inteiro e estávamos tão juntos, que até saímos numa “quase lua de mel”. “Quase” pelo fato de que, pasmem, não fizemos amor.

Ser amante não quer dizer necessariamente que deva rolar sexo e outras coisas. A gente simplesmente se tornou cúmplice um do outro totalmente. E trocávamos carinhos, fazíamos planos, nos ajudávamos, e um sempre contava com o outro. Pra tudo. Ele se tornou prioridade na minha vida. E eu acho que também passei a fazer parte do conjunto de coisas importantes da vida dele.

E foi aí que vieram as pessoas. Eu odeio as pessoas! Bah, elas sempre querem saber de tudo! Então como era previsto, elas começaram a me perguntar o que rolava entre a gente. E eu me peguei sem resposta.

É namoro? – Não.
Amizade colorida? – Que vulgarzinho esse modo de chamar as coisas, hein? Não.
O que é que está rolando então? – Cara, a gente se ama!
É só pegação? – Ugh...

Eu nunca havia vivido um relacionamento assim. Logo, eu não sabia como classifica-lo. Nem sei ainda muito bem explica-lo. É intenso, é romântico, é único, é perfeito, é dotado de uma cumplicidade tamanha, que só falha quando eu cismo de brincar de adivinhações. Porque a tal da metanoia da vida às vezes é deveras chata! E um relacionamento precisa sim, de alguns mistérios de vez em quando. Não falo em esconder as coisas. Mas é legal brincar de adivinhar. E mais legal ainda, é quando acertam o que você queria dizer por exemplo, quando você está louca para ir ao cinema ver aquele filme que entrou em cartaz, e você começa a encher o seu amor de mimos, esperando que ele a convide. Ok, exemplozinho bem fútil este, mas serve para ilustrar sim.

Mas como eu já disse em outra ocasião e volto a dizer, eu odeio me importar com o que as pessoas falam e pensam. Mas foi baseando nisso que eu acabei tomando uma decisão para que parassem de me azucrinar com questionamentos a respeito da nossa vida de casal.

Fui falar com o meu amigo colorido (Putz! Isso soou muito gay.) enfim, eu fui discutir a relação. Mas ele não entendia muito bem o que eu queria.

Confesso que não sou muito boa com esse negócio de botar as cartas todas em cima da mesa. Eu sempre fico guardando algumas, brincando de jogo de adivinha, torcendo e esperando que vençam. Não gosto de me expor muito e nem sei o porquê disso. Afinal, eu sempre defendi a cumplicidade em todo e qualquer tipo de relacionamento. Mas havia algo, neste caso, que me prendia e não deixava eu ser clara e objetiva o suficiente para simplesmente chegar logo ao X da questão.

Depois de tentar três vezes, eu me senti derrotada. Não acreditava mais que poderia dar certo.
Em outras palavras, eu joguei indiretas completamente diretas na cara dele e ele continuava dizendo que não sabia o que se passava comigo, que eu não falava coisa com coisa, não expunha o que eu queria.

Chegamos num ponto em que nem nos falávamos direito mais e tudo se resumia em mensagenzinhas de bom dia no celular, pela manhã.

Daí ontem à tarde eu o coloquei contra a parede e o ameacei com a minha espada!
E aí ontem à noite ele disse que queria namorar comigo.
Então eu me senti ridícula e disse que não queria mais. (É, vai entender as mulheres... Nessa hora nem eu me entendi.)
Daí ele pegou um apagador, apagou tudo de errado que havia e me pediu em namoro.
E eu virei a namoradinha dele.
E ele o meu namoradão.
É que eu sou pequena, sabe? Na altura, mas só quando fico ao lado dele.

fim!

Ah, voltando-se ao porquê deste post, meu namorado (Wow, que massa falar isso!) chegou a mencionar que "estar namorando" (perdoem-me por tanto gerundismo que usei neste texto) é só uma questão de status. Que ele sempre me amou, que me ama e vai sempre me amar. E que estamos juntos, e que ele quer ficar junto de mim pra sempre. Sim, ele é romântico pra caramba e eu ganhei na loteria! Uhullll...

Agora, eis que surge o desafio: como mostrar ao meu namorado, que estar namorando não é só um status que se altera?

Ai ai, o amor é lindo...
E complicado. ._.


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Rabiscado em 20/11/2009 e postado agora.
Preciso arrumar tempo...
Ainda bem que existem papel e caneta que me acompanham sempre dentro da bolsa! [=

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