"Vou me enganar mais uma vez, fingindo que te amo às vezes, como se não te amasse sempre."
Tati Bernardi
Daí talvez eu não sufoque tanto as pessoas
e talvez me doa menos.
O que eu tenho?
Ah, de material eu nem tenho tanta coisa assim que nem as namoradas amigas minhas. Eu tenho duas fotos, um leão, um cartão e uma carta. Só. Eu não tenho muita coisa material, veja você; mas eu tenho uma coisa que é maior que tudo o que eu, você, ele, enfim, poderíamos ter nas mãos; falo de pegar. Porque não se pega o amor, já pensou se fosse possível tocá-lo? Aí nem teria tanta graça como se imagina que teria. Porque ele nem poderia ser tão grande como o que eu tenho aqui, enorme, gigantesco, tão extenso e tão intenso que eu poderia passar o resto da minha vida escrevendo em todos os papéis do mundo, e morreria sem ter escrito sequer metade. Se bem que eu não escrevo em papéis, a não ser quando tenho aula de psicologia ou de economia, ou quando estou no consultório aguardando até que chegue minha vez de ser atendida.
Eu o amo. E não é algo assim que se pode deixar de sentir se ele me magoar, irritar, enfim, não é algo assim. Porque às vezes ele me magoa, me irrita, e me desanima... Mas o que eu sinto é tão grande, tão forte, que aperta tanto e machuca e dói, tanto, tanto, tanto por ser grande, que metade disso saiu de mim e foi morar dentro dele.
E quando é noite e eu me deito e fecho os olhos, sinto como se eu levitasse. E até sinto as tais borboletas no meu estômago. Sabe do que se trata? - É aquele frio, aquela sensação de elevador subindo ou descendo, aquele enjôo gostosinho, lembra da hora em que o avião levanta voo? E da hora em que ele se inclina? Pois é...
Faz pesar as pálpebras e os pulmões precisarem de ar... Fundo...
Eu queria poder colocar aqui pelo menos uma pequena fração do que é o que eu estou sentindo agora. Mas é saudade. Que dói tanto que até parece ser maior que o amor. Mas não. Como eu disse, eu passaria o resto da minha vida escrevendo até que meus dedos se enchessem de calos e eu não conseguiria mais pegar na caneta. Aliás, até não haver mais gigabytes a serem preenchidos no cyberespaço. Uhulllll!
É, meu caro, o cupido me flechou. E eu tenho certeza de que ele acertou em cheio o alvo.
E agora... Agora eu estou fudida.
Fudida, mas feliz.
(:
Espere aí!
Eu disse que não é possível tocar o amor.
Mas o meu amor eu toco. Eu pego, abraço, beijo, mordo...
O amor que eu não pego, é o sentimento. Mas ele é tão forte, que acho que dá pra pegar sim.
Hmmmm, se bem que foi ele que pegou em mim.
~
Será que alguém me sacode porque eu estou começando a me sentir ridícula escrevendo essas coisas?
Ah, quer saber... Foda-se! Vou publicar logo isso aqui porque eu tenho ainda que me arrumar e ir trabalhar.
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